segunda-feira, 28 de março de 2011

O que se defende na Petição...

Baseados em estudos científicos comprovados, defende-se a colocação de Geotexteis para reforço e consolidação do cordão dunar complementada com revegetação com espécies vegetais autóctones predominantes.

Nesta conformidade, deve ser considerada a utilização de geotêxteis, constituindo uma solução intermédia que contempla em boa medida a eficácia de uma estrutura de engenharia pesada e apresenta a vantagem de se tratar de uma intervenção que não altera visualmente a zona intervencionada, podendo ser adaptada à morfologia de cada local específico e utilizando a areia existente no próprio local.

No essencial, a metodologia consiste no reforço da duna com geotêxteis, através da construção de uma barreira de protecção, a qual é coberta por uma camada de areia com cerca de 1.0 m e sobre a qual se procede a uma replantação adequada. As dimensões das mantas de geotêxtil, que envolvem adequados volumes de areia (contentores, vulgo sacos gigantes), são obtidas recorrendo a expressões semi-empíricas.

A aplicação de geotêxteis tem sido bastante utilizada em trabalhos de engenharia hidráulica, e apenas recentemente passou a sê-lo na construção de dunas artificiais e estabilização de medidas de alimentação de praias (conforme Ilustração 1).

A recuperação de um sistema dunar degradado apenas é bem sucedida quando devidamente revegetado. O uso da vegetação como método de estabilização e formação de dunas costeiras é amplamente aceite como sendo um método eficaz, além de ser igualmente o mais barato, o mais duradouro e o mais estético. As plantas mais utilizadas neste tipo de trabalhos são gramíneas perenes devido a serem relativamente fáceis de colher, transplantar e de se propagarem rapidamente. Em Portugal, bem como ao longo de toda a costa Europeia e Norte de África, a espécie dominante na duna primária é a gramínea Ammophila Arenaria (conforme Ilustração 2 ).

Defende-se ainda, que esta acção deve ser complementada com a criação de Recifes artificiais multifuncionais (RAMs), colocados a não menos de 200 m da costa. Esta solução complementar de implementação de estruturas submersas, em forma de delta, correntemente designadas por recifes artificiais multifuncionais (RAMs), que procuram reforçar e ampliar as funcionalidades atribuídas aos recifes artificiais clássicos. A construção deste tipo de estruturas é em geral equacionada tende como principais objectivos a prática de desportos aquáticos radicais e o atenuar das grandes fragilidades de muitos dos actuais sistemas naturais de protecção existentes ao longo das zonas costeiras (conforme Ilustração 4).

Por conjugação de vários fenómenos que ocorrem em condições de águas pouco profundas, estas estruturas são concebidas de modo a promoverem a rotação das ondas, o seu empolamento e a consequente rebentação das mesmas sobre a plataforma submersa (RAM), reduzindo em consequência o seu efeito erosivo na base ou sobre as protecções naturais existentes.

Complementarmente, tendo como objectivos o envolvimento das populações locais, a promoção turística da região, estas estruturas poderão ser concebidas com dimensões, formas e declives adequados para que as ondas geradas tenham características para a prática de surf (Ilustração 5) e promovam outras práticas desportivas tais como o mergulho (Ilustração 6).

Aliando interesses e perspectivas complementares, reduzir-se-ão deste modo os investimentos públicos e, simultaneamente, dotar-se-ão as zonas costeiras de equipamentos atractivos sob os pontos de vista turístico, económico e ambiental. Nesta conformidade, parecem ser apropriadas formas de intervenção adequadamente planeadas e implementadas com multi-funcionalidades.

É com este conjunto de multi-objectivos que se propõem soluções viáveis e suficientemente atractivas, nomeadamente:

(i)              Estruturas submersas ambientalmente amigáveis e promotoras de actividade turística,
(ii)             Estruturas de defesa complementares de sistemas naturais de protecção,
(iii)            Alternativas à alimentação artificial com finalidades de retenção ou acumulação de areias, 

(iv)            Possíveis alternativas, a obras pesadas de engenharia, as quais têm sido encaradas
       Fundamentalmente como medidas de recurso, satisfazendo necessidades imediatas de
       Protecção, mas sem claros benefícios a médio prazo.

Estas soluções, ao contrário das tradicionais (construção de esporões e ou pontões e ainda a colocação de areias soltas no cordão dunar) são mais baratas e com maior durabilidade, contribuindo ainda para o aumento da Biodiversidade, bem como o aumento da qualidade de vida das pessoas e a economia, nomeadamente pesca e turismo.

É por isso que todos devemos assinar a petição e divulgá-la com os nossos amigos e conhecimentos.

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