Baseados em estudos científicos comprovados, defende-se a colocação de Geotexteis para reforço e consolidação do cordão dunar complementada com revegetação com espécies vegetais autóctones predominantes.
Nesta conformidade, deve ser considerada a utilização de geotêxteis, constituindo uma solução intermédia que contempla em boa medida a eficácia de uma estrutura de engenharia pesada e apresenta a vantagem de se tratar de uma intervenção que não altera visualmente a zona intervencionada, podendo ser adaptada à morfologia de cada local específico e utilizando a areia existente no próprio local.
A aplicação de geotêxteis tem sido bastante utilizada em trabalhos de engenharia hidráulica, e apenas recentemente passou a sê-lo na construção de dunas artificiais e estabilização de medidas de alimentação de praias (conforme Ilustração 1).
A recuperação de um sistema dunar degradado apenas é bem sucedida quando devidamente revegetado. O uso da vegetação como método de estabilização e formação de dunas costeiras é amplamente aceite como sendo um método eficaz, além de ser igualmente o mais barato, o mais duradouro e o mais estético. As plantas mais utilizadas neste tipo de trabalhos são gramíneas perenes devido a serem relativamente fáceis de colher, transplantar e de se propagarem rapidamente. Em Portugal, bem como ao longo de toda a costa Europeia e Norte de África, a espécie dominante na duna primária é a gramínea Ammophila Arenaria (conforme Ilustração 2 ).
Defende-se ainda, que esta acção deve ser complementada com a criação de Recifes artificiais multifuncionais (RAMs), colocados a não menos de 200 m da costa. Esta solução complementar de implementação de estruturas submersas, em forma de delta, correntemente designadas por recifes artificiais multifuncionais (RAMs), que procuram reforçar e ampliar as funcionalidades atribuídas aos recifes artificiais clássicos. A construção deste tipo de estruturas é em geral equacionada tende como principais objectivos a prática de desportos aquáticos radicais e o atenuar das grandes fragilidades de muitos dos actuais sistemas naturais de protecção existentes ao longo das zonas costeiras (conforme Ilustração 4).
Complementarmente, tendo como objectivos o envolvimento das populações locais, a promoção turística da região, estas estruturas poderão ser concebidas com dimensões, formas e declives adequados para que as ondas geradas tenham características para a prática de surf (Ilustração 5) e promovam outras práticas desportivas tais como o mergulho (Ilustração 6).
Aliando interesses e perspectivas complementares, reduzir-se-ão deste modo os investimentos públicos e, simultaneamente, dotar-se-ão as zonas costeiras de equipamentos atractivos sob os pontos de vista turístico, económico e ambiental. Nesta conformidade, parecem ser apropriadas formas de intervenção adequadamente planeadas e implementadas com multi-funcionalidades.
No essencial, a metodologia consiste no reforço da duna com geotêxteis, através da construção de uma barreira de protecção, a qual é coberta por uma camada de areia com cerca de 1.0 m e sobre a qual se procede a uma replantação adequada. As dimensões das mantas de geotêxtil, que envolvem adequados volumes de areia (contentores, vulgo sacos gigantes), são obtidas recorrendo a expressões semi-empíricas.
Por conjugação de vários fenómenos que ocorrem em condições de águas pouco profundas, estas estruturas são concebidas de modo a promoverem a rotação das ondas, o seu empolamento e a consequente rebentação das mesmas sobre a plataforma submersa (RAM), reduzindo em consequência o seu efeito erosivo na base ou sobre as protecções naturais existentes.
É com este conjunto de multi-objectivos que se propõem soluções viáveis e suficientemente atractivas, nomeadamente:
(i) Estruturas submersas ambientalmente amigáveis e promotoras de actividade turística,
(ii) Estruturas de defesa complementares de sistemas naturais de protecção,
(iii) Alternativas à alimentação artificial com finalidades de retenção ou acumulação de areias,
(iv) Possíveis alternativas, a obras pesadas de engenharia, as quais têm sido encaradas
Fundamentalmente como medidas de recurso, satisfazendo necessidades imediatas de
Protecção, mas sem claros benefícios a médio prazo.
Estas soluções, ao contrário das tradicionais (construção de esporões e ou pontões e ainda a colocação de areias soltas no cordão dunar) são mais baratas e com maior durabilidade, contribuindo ainda para o aumento da Biodiversidade, bem como o aumento da qualidade de vida das pessoas e a economia, nomeadamente pesca e turismo.
É por isso que todos devemos assinar a petição e divulgá-la com os nossos amigos e conhecimentos.
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